Um dia de cada vez…

Elocubrações de uma mulher em transformação

O corpo, espelho da alma 12/08/2010

Filed under: Geral — ela2010 @ 18:27

O ditado popular diz que os olhos são o espelho da alma, mas eu vou além: todo nosso corpo é o espelho de nossa alma, de como nos sentimos, de como introjetamos nossas experiências. De fato, enquanto, na comunicação, apenas 7% do que pensamos é transmitido pela linguagem falada, 42% o são pelo comportamento, pelos sinais enviado por nossos corpos- e o resto nem chegamos a expressar.

Nessa linha, o livro “O Corpo Fala” de Pierre Weil e Roland Tompakow procura ilustrar, de maneira simples e direta, como podemos interpretar as posições das pessoas com que nos relacionamos numa reunião, num jantar, numa discussão ou em qualquer outra situação.

Segundo os autores, o livro é baseado numa abordagem de “comunicação psicossomática inconsciente”, em outras palavras, na comunicação do inconsciente pela manifestação corporal. Da mesma forma como aprendemos a ler as palavras, frases e chegamos a livros, para eles, é possível aprender a ler os sinais que emitimos com nosso corpo.


Uma abordagem complementar é aquela da terapia reichiana, baseada no trabalho de Wilhelm Reich, o qual estudava os aspectos físicos do caráter de um indivíduo, como, por exemplo, os modelos de tensão muscular crônica, que ele denominava “couraça muscular”.

De acordo com Reich, o caráter (composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão consistente de respostas para várias situações) poderia ser classificado em tipos aos quais corresponderiam tipos ou estruturas físicas. Assim, concluiu que a maioria das pessoas de que tratou poderia ser incluída em uma de cinco categorias maiores: a esquizóide, a oral, a psicopática, a masoquista e a rígida. Cada uma decorrente de um conjunto similar de experiências vividas e relacionadas a respostas análogas.

A estrutura esquizóide, por exemplo, incluiria as pessoas que passaram por experiência traumática antes do nascimento, por ocasião deste ou ainda nos primeiros dias de vida. O corpo desse tipo de pessoa pareceria “uma combinação de peças, não firmemente unidas nem integradas. Altas e magras de ordinário, essas pessoas em alguns casos, têm corpos pesados. A tensão do corpo tende a fazer sentir-se em anéis ao redor do corpo. As juntas geralmente são fracas e o corpo descoordenado, com mãos e pés frios. A pessoa, usualmente hiperativa, é destituída de base. A obstrução maior de energia dá-se no pescoço, perto da base do crânio, muitas vezes se nota uma torcedura na espinha, causada por uma torcedura habitual que a afasta da realidade material na medida em que a pessoa voa para fora do corpo. O corpo tem pulsos, tornozelos e panturrilhas fracos e magros e, por via de regra, não está ligado ao chão. Um dos ombros pode ser maior do que o outro. A cabeça, muitas vezes, mantém-se inclinada de um lado, com uma expressão vaga no olhar, como se a pessoa estivesse, parcialmente, em outro lugar”.

Seja qual for a interpretação, é imprescindível a consciência de que nosso corpo fala mais do que poderíamos supor.

Embora tivesse, já não sei há quanto tempo, ombros projetados para a frente, desde ontem à noite, o meu peito se abriu de uma certa maneira que, por mais aberto que esteja, desejo abri-lo ainda mais.

 

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